A VIAGEM ESPIRITUAL DE UM POETA, escreve Wagner Borges
Olhe o arco-íris e receba o ensinamento das cores
Por Wagner Borges
Ainda agora, enquanto eu estudava na quietude do meu quarto, lembrei-me de um poeta extrafísico amigo… Imediatamente, senti vontade de escrever algo sobre o arco-íris.
Lá, no céu nublado, não dá para ver nem estrelas nesse momento, mas a lembrança de um poeta extrafísico pode varar os planos e chegar por aqui em forma de ideia colorida.
Não tenho o talento do meu amigo com as palavras, mas posso pegar a ideia e transcrevê-la do meu jeito. Com certeza que não terá a beleza de sua arte, mas portará algo legal: as cores de uma ideia na tela mental dos leitores. Então, vamos lá:
* * *
Certa vez, um poeta admirava um arco-íris enquanto esperava a inspiração chegar.
Inicialmente, ele pensou em escrever um poema para sua amada. Depois, pensou em escrever algo para uma amiga idosa, senhora a qual ele idolatrava e que morava distante. Finalmente, resolveu escrever algo dedicado a um rishi* que ele admirava muito.
Lá no céu, os raios solares faziam a festa na atmosfera e tocavam as gotinhas de água em suspensão nas nuvens. O efeito disso era um portentoso arco-íris que encantava o poeta.
Em certo instante, ele fechou os olhos em busca da inspiração. Para sua surpresa, um majestoso deva** emergiu do ar à sua frente e saudou-o em silêncio.
Então, o poeta foi tomado por uma poderosa sensação de enlevo espiritual. De maneira arrebatadora, o seu corpo espiritual se projetou*** para fora do corpo físico e elevou-se à grande altura.
Ao seu lado no ar, estava o deva silencioso. Em torno dele, havia uma aura multicolorida. Porém, o que mais encantou o poeta projetado foi a postura majestosa natural que emanava dele. Parecia que a própria atmosfera em torno respeitava aquele enviado celeste.
O poeta olhou para baixo e viu o seu corpo físico sentado, de olhos fechados e totalmente imóvel, vazio de seu dono, deixado ali, temporariamente animado por sua vitalidade instintiva.
Voltando a olhar para o deva à sua frente, no ar, este lhe fez um gesto apontando para o arco-íris, que agora lhe parecia muito mais brilhante em suas cores.
A seguir, o deva lhe passou um ensinamento espiritual secreto e voou para a imensidão estelar de onde tinha vindo…
Então, o poeta voltou abruptamente para o corpo, como se despencasse das alturas, atraído por laços vitais invisíveis para dentro da carne instintiva.
Ele não lembrou claramente de tudo e começou a escrever naquele mesmo instante uma poesia dedicada ao Grande Arquiteto Do Universo, que seria publicada posteriormente em um de seus livros mais conhecidos.
Com o tempo, assim como ocorre com todos os homens submetidos à roda reencarnatória, o poeta voltou para a pátria espiritual, lá no céu dos poetas generosos.
* * *
Até hoje, ninguém sabe qual foi o ensinamento que o deva lhe passou. Porém, aquela experiência o marcou muito. Tanto que ele pensou nela, lá no céu, e sua lembrança varou as barreiras interplanos e chegou aqui, como uma ideia na noite quieta.
Sei lá por que, mas imagino que o meu amigo extrafísico ouviu do deva algo assim:
“Olhe o arco-íris e receba o ensinamento das cores:
O vermelho chama para a vida…
Ele é o guardião da carne, o elo com a Terra.
O laranja emana saúde física e disposição saudável para os empreendimentos…
Ele é o guardião da vitalidade.
O amarelo é o vivificador natural da inteligência…
Ele é o guardião da alegria, da criatividade e o estimulador da vontade de criar e expressar no mundo os talentos da inteligência.
O verde é o amigo de todas as cores…
É o guardião da cura, do carisma e estabilizador dos sentimentos manifestados.
O azul celeste é a cor da tranquilidade…
É o guardião das aspirações elevadas.
O azul índigo é o guardião das visões espirituais…
É o mestre que levanta o véu da mente e arrebata o espírito às alturas de seus potenciais latentes.
O violeta é o mestre das transformações…
É o guardião da ascensão secreta, que eleva o espírito do homem gradualmente ao longo dos ciclos evolutivos. É o alquimista espiritual, transformando o vil metal dos desejos egoístas em aspirações douradas de progresso e ascensão na jornada do aprendizado.
Algures, na eternidade de suas vivências além da carne, em alguma noite calma, você se lembrará integralmente desse nosso encontro. E sua lembrança fecundará espiritualmente o coração de um amigo, que, mesmo na noite nublada da cidade cinzenta e dolorida de violência, escreverá sobre as sete cores do arco-íris.”
P.S.: Há quatro formas de se olhar um arco-íris:
1. Pela óptica de um técnico, que só vê um fenômeno natural de refração da luz.
2. Pela óptica do poeta, que se inspira e escreve algo legal.
3. Pela óptica do sábio, que vê o Divino em tudo, apenas ri e diz:
“As cores, o poeta, o técnico, o deva e tudo mais são aspectos do Todo**** que está em tudo. “
4. Pela óptica do Pai-Mãe de todos, que também ri e diz:
“É legal pra caramba ver um arco-íris aqui de cima. Será que eles gostaram daquele tom de violeta na frequência mais alta?”
Paz e Luz!
– Wagner Borges – mestre de nada e discípulo de coisa alguma.
– Notas:
* Rishis – do sânscrito – sábios espirituais; mestres da velha Índia; mentores dos Upanishads.
** Deva – do sânscrito – divindade; ser celestial.
*** Projeção da consciência – é a capacidade parapsíquica – inerente a todas as criaturas -, que consiste na projeção da consciência para fora de seu corpo físico.
Sinonímias: Viagem astral – Ocultismo.
Projeção astral – Teosofia.
Projeção do corpo psíquico – Ordem Rosacruz.
Experiência fora do corpo – Parapsicologia.
Viagem da alma – Eckancar.
Viagem espiritual – Espiritualismo.
Viagem fora do corpo – Diversos projetores extrafísicos e autores.
Emancipação da alma (ou desprendimento espiritual) – Espiritismo.
Arrebatamento espiritual – autores cristãos.
**** O Todo – expressão hermética para designar o Poder Absoluto que está em tudo. O Supremo, O Grande Arquiteto Do Universo, Deus, O Amor Maior Que Gera a Vida. Na verdade, O Supremo não é homem ou mulher, mas pura consciência além de toda forma. Por isso, tanto faz chamá-lo de Pai Celestial ou de Mãe Divina. Ele é Pai-Mãe de todos.
Obs.: Enquanto eu editava esse texto, rolava aqui no meu som um DVD da grande vocalista americana Chaka Khan. E uma de suas canções que mais aprecio é a “Love Me Still”. Então, deixo, na sequência, três links do YouTube contendo essa linda canção dela.
– Chaka Khan – “Love Me Still” (com Bruce Hornsby no piano) –
– Chaka Khan – “Love Me Still” (Live – com Mark Stephens no piano) –
– Chaka Khan – “Love me Still” (remake) –
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Sobre o autor: Wagner D’Eloi Borges, nascido no Rio de Janeiro em setembro de 1961 – é pesquisador espiritualista, projetor extrafísico, conferencista, consultor da Revista UFO e colaborador de várias outras revistas como, Sexto Sentido, Espiritismo e Ciência, Revista Cristã de Espiritismo, Caminho Espiritual, e Consciência Desperta. É escritor – autor de doze livros dentro da temática projetiva e espiritual, dentre eles a série “Viagem Espiritual”, sobre as experiências fora do corpo. É colunista do Portal SomosTodosUm – www.somostodosum.com.br, e do Site do IPPB: www.ippb.org.br, dentre outros.
P.S. : Os conceitos emitidos por artigos ou por textos assinados e publicados neste jornal são de inteira responsabilidade de seus respectivos autores
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