Falando de fé, redenção e luz, escreve Wagner Borges
Depoimento de um espírito em regeneração
Por Wagner Borges
Como você está vendo, eu estou com o coração despedaçado.
A minha tristeza não tem paralelos e eu sei que a mereço, por tudo que fiz.
Eu sempre fui um salafrário de marca maior, um crápula nojento e falso.
O meu lema era: “Eu vou levar vantagem em cima de todo mundo!”
Assim eu vivi, movido por esse jargão idiota e escravo de minhas taras.
Eu não sabia na época, mas um monte de espíritos bravos* me habitava.
Eu e eles éramos unha e carne, irmãos de falcatruas a arruaças.
Eu, burro, achava que estava no comando, mas eram eles os meus chefes.
Eles estavam em mim. E eu não os via, mas intuía suas presenças invisíveis.
E, de alguma forma, eu me comprazia com os pensamentos deles em mim.
Eu fiz o meu tempo desse jeito, com eles vivendo comigo, a tiracolo.
E quando eu fiquei doente, eles me abandonaram – e ainda riram de mim.
De vez em quando eles voltavam, para zombar mais ainda… e me torturavam.
Quando eu tentava dormir, eles me atazanavam, gritando em minha cabeça.
Eu fui xingado por eles da mesma forma que antes xingava os outros.
Falando reto: eu merecia! Tinha vivido com eles em mim, e esse era o preço.
Finalmente, depois de padecer por anos, o meu tempo na Terra acabou.
E eu fui envolvido por um turbilhão escuro, que me jogou na lama!
Então, eu me vi num lugar sujo e depravado. E ali havia outros do mesmo jeito.
Nós éramos um monte de estrume em forma de gente, refugos da maldade.
Nós nos arrastávamos naquela lama fétida, sem conseguir olhar para cima.
Uma força nos pressionava contra o solo, e não conseguíamos erguer a cabeça.
Nós estávamos grudados no chão daquele lugar, presos numa gosma escura.
Eu não sei quantos estavam ali, mas eram muitos. E eu era um deles.
O cheiro de mijo era insuportável, e uma maldita umidade nos impregnava.
Ali eu chorei! Ali eu vi o quanto tinha sido maldoso. Ali eu clamei por Deus!
E quando eu fazia isso, alguma coisa mudava dentro de mim…
Então, eu comecei a pedir perdão a Ele, porque finalmente eu me rendera.
Eu fazia isso do meu jeito (não era do meu feitio rezar), mas algo tinha mudado.
Ali, naquele antro, eu aprendi a rezar. E até ensinei os meus companheiros…
E eu dizia para eles que estávamos ali por nossos atos maldosos em vida.
E que éramos merecedores de tal infortúnio. Então, não pedíamos salvação.
Todos ali eram sabedores do mal que tinham feito, portanto, não havia ilusões.
O que nós queríamos era o perdão de Deus! E, mesmo naquela lama, algo bom surgiu.
Dentro de nós brotou a compreensão de nossas condições – então, uma fé nasceu…
A fé na redenção, mesmo para homens como nós, filhos da maldade.
Naquele antro escuro nós choramos muito… enquanto nossa fé crescia.
E isso nos deu a chance de melhoria. Inicialmente, já conseguíamos olhar de frente.
Depois, conseguíamos nos ver, uns aos outros, olhos nos olhos, mas com vergonha.
Até que pudemos olhar para cima, onde havia uma luz fugaz, bem distante.
Esta luz se tornou o nosso sonho e, gradativamente, ela aumentava e se aproximava.
Nós sabíamos que era a luz de Deus! E que nossa fé finalmente nos levaria até ela.
E assim foi… quando um grupo de pessoas abnegadas nos tirou do lugar escuro.
Inicialmente, nós pensamos que eram anjos, mas depois vimos que eram pessoas…
Eram homens e mulheres, vestidos de roupa branca. Mas eram luminosos.
Então eu vi que eles eram médicos do espaço, enviados pelo Amor de Deus.
Finalmente, nós fomos levados para um lugar de regeneração. E, ali, fomos tratados.
Levou um certo tempo, mas melhoramos. E ganhamos o direito de subir na luz.
Nós iremos para outro lugar, um centro de educação. Lá, continuaremos…
Nós vamos com a nossa fé ampliada, pois foi assim que melhoramos.
Essa fé, que nós descobrimos no meio da lama e do mijo, dentro de nós mesmos.
Então, os médicos-anjos me pediram para eu contar da nossa regeneração.
Digo nossa, porque passamos por tudo juntos, como irmãos de provação.
Eu falo em nome de todos eles, que subiram na fé, como testemunho de luz.
Nós sabemos que o caminho para a redenção total será longo, mas temos fé!
E também sabemos de retificações futuras, para ressarcimentos devidos.
Por isso, nessa noite eu fui trazido até você, para registrar tudo isto.
Os meus companheiros estão nos vendo e estão contentes com essa oportunidade.
E quando os médicos (que, para nós, são mesmo anjos), me trouxeram, eu até chorei.
Sabe por quê?… Não é só pelo momento de nossa subida, mas é algo emocionante.
Você não tem ideia do que isto representa para todos nós. É a nossa alforria!
E para chancelar esse momento, eu escutei a música que você pôs para tocar.
Ela é linda! E eu jamais tinha ouvido algo assim… É do Oriente, não é?
Você foi inspirado pelos médicos-anjos, isso é certo. Que música!
Eu e meus companheiros nos lembraremos para sempre dessa música.
Ela será o símbolo de nossa subida. E nós também não o esqueceremos.
Porque você vai registrar e contar para o mundo a nossa história…
A saga dos espíritos mijados que encontraram a fé e a luz.
Deus está vendo e o abençoará. Porque você viu e registrou a nossa fé.
E quando se lembrar, reze por nós. Agora você conhece os nossos corações…
Assim como nós conhecemos o seu coração – que também é de Deus.
(Fica nos braços d’Ele, para continuar na força espiritual de ajudar a outros.)
– Anônimo –
(Recebido espiritualmente por Wagner Borges – São Paulo, 3 de maio de 2020.)
– Nota de Wagner Borges:
Esse espírito foi trazido até o meu lar por um grupo de mentores extrafísicos**, que são especialistas em resgates de entidades sofredoras estacionadas nos níveis astrais densos. Isso foi há algumas horas… e eu comecei a sentir algumas sensações estranhas.
Depois, eu fiz um trabalho de irradiação energética no meu quarto. E aí as sensações passaram. Mas eu sentia que ainda estava rolando algo invisivelmente aqui no apartamento.
Um pouco mais tarde, eu senti que escreveria algo. Daí me sentei e fiquei esperando… até que eu vi esse espírito. Ele se aproximou lentamente e se postou ao meu lado direito. Atrás dele estava o grupo de mentores envolvendo-o numa luz clarinha.
Neste momento, eu estava ouvindo uma coletânea de músicas chinesas bem tranquilas. E aí juntou tudo: música, espíritos, luz e inspiração.
O resultado é esse registro espiritual emocionante.
E com sinceridade, eu digo: é uma honra fazer parte de um trabalho desses.
Sem dúvida, essa é uma noite emocionante.
É noite de fé e redenção.
E eu fico aqui, de coração feliz.
Com gratidão.
E Paz e Luz!
– Notas:
* Espíritos bravos – obsessores extrafísicos – assediadores espirituais; verdugos extrafísicos; espíritos inferiores; entidades extrafísicas perseguidoras; espíritos maldosos.
** Mentores extrafísicos – entidades extrafísicas e positivas que ajudam na evolução de todos; amparadores extrafísicos; protetores astrais; auxiliares invisíveis; guardiões astrais; guias espirituais; benfeitores espirituais.
Obs.: A coletânea de música chinesa que estava tocando (excelente para meditação e práticas espirituais), pode ser acessada no YouTube, neste link:
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Sobre o autor: Wagner D’Eloi Borges, nascido no Rio de Janeiro em setembro de 1961 – é pesquisador espiritualista, projetor extrafísico, conferencista, consultor da Revista UFO e colaborador de várias outras revistas como, Sexto Sentido, Espiritismo e Ciência, Revista Cristã de Espiritismo, Caminho Espiritual, e Consciência Desperta. É escritor – autor de doze livros dentro da temática projetiva e espiritual, dentre eles a série “Viagem Espiritual”, sobre as experiências fora do corpo. É colunista do Portal SomosTodosUm – www.somostodosum.com.br, e do Site do IPPB: www.ippb.org.br, dentre outros.
P.S.: Os conceitos emitidos por artigos ou por textos assinados e publicados neste jornal são de inteira responsabilidade de seus respectivos autores
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