Jornal Caboclo

da região do Contestado, SC

Colunas e Opinião

Com certeza, o melhor é ficar na dúvida, Tao da Dúvida, escreve Danilo Tomic

Zé Núlio o zé ninguém  que se transformou no sábio Lao Zé

Por Danilo Tomic

Muita gente aproveitou o isolamento proporcionado pela pandemia, desde março de 2020, para refletir, se questionar, lembrar dos sonhos esquecidos ou adormecidos, dos projetos engavetados, dos desejos silenciados. No meu caso, a quarentena – e a consequente vontade que o mundo não voltasse a ser o mesmo quando aquilo tudo terminasse – me levou ao exercício de revisitar uma produção guardada por anos e me lançou na aventura de transformar em livro uma velha pasta, cheia de poemas escritos ao longo de mais de 30 anos. Foi uma oportunidade de vasculhar lugares dentro de mim que eu simplesmente havia deixado de povoar. E quem sabe assim me tornar outro. Sair da pandemia transformado.

Percorrendo os escritos de décadas, percebi um fio condutor, uma necessidade constante de colocar em palavras minhas inquietações mais profundas. Todas com um viés que me remetia à ideia taoista o vazio interno, do fluxo, do equilíbrio de opostos, de harmonizar corpo, mente e espírito. Vasculhando os papeis, descobri em um deles o que veio a ser o título e o logotipo do livro: Tao da dúvida e o símbolo do yin yang com dois pontos de interrogação em posições invertidas (ver foto). Foi a chave que precisava. A partir daí fui costurando a coletânea até formar um lote substancial de poemas.

A referência taoista nos textos se consolidava, bem como um certo caráter de revelações de sabedoria no conteúdo dos mesmos. Não era à toa que eu seguisse esse caminho. A obrigatoriedade de permanecer em casa me fez intensificar minhas práticas corporais para saúde (Qi Gong) chinesas, que já fazia há anos, religiosamente pela manhã. Fui além: comecei a estudar os princípios por trás dessas práticas, cheguei na Medicina Chinesa e afinal nos fundamentos do Taoismo.

Surgiu então em minha mente o nome Lao Zé, referência ao sábio chinês Lao Tsu, autor do clássico Dao De Jing (ou Tao Te King). Achei que aquele nome poderia ser um pseudônimo e me inspirou desenvolver o personagem e creditar a ele os poemas escritos. Como se fosse um alter ego. Decidi escrever uma introdução contando a história dessa misteriosa, quase-mítica figura, seu chamado, seus encontros e desencontros, sua transformação de Zé Núlio – um zé-ninguém – em Lao Zé um sábio andarilho.

Com toques de humor e leveza entremeando a profundidade da simbologia e das mensagens, teci um enredo em forma de conto, com generosas pitadas de prosa poética e de realismo fantástico, no qual narrei a história e meu encontro – agora eu como autor – com o tal sábio e seu burrico Zhen Qi (clara analogia ao búfalo de Lao Tzu). A brincadeira foi ficando cada vez mais interessante.

Lao Zé em seu burrico Zhen Qi

Como sempre fui um eterno apaixonado pela fusão das linguagens artísticas, não pude deixar de convidar um amigo de longa data, com quem fiz inúmeras parcerias artísticas: o artista plástico Paulo von Poser. Eu estava certo que ele saberia transformar em imagem aqueles devaneios poéticos. Logo que lhe apresentei a ideia, ele se encantou com o projeto e concordou em participar. Em um ano de convívio semanal (online, diga-se de passagem) fazendo práticas meditativas chinesas, von Poser produziu uma belíssima sequência de desenhos, com abstrações, figurações e até com referências à arte chinesa, alguns deles tirados da alquimia milenar daquele país.

Para estruturar esse caldeirão de textos e imagens, chamei ninguém menos que minha querida filha, Sofia Tomic, uma jovem designer em pleno furor criativo. O resultado foi impressionante. Sofia nos faz voar sobre as imagens de Paulo, ora em rasantes violentos, ora em longínquos distanciamentos, tirando proveito dos detalhes, como que movendo as imagens pelas páginas do livro, numa dança de linhas e superfícies. E tudo isso em branco e preto (e inúmeros tons de cinza). O resultado foi mais que um livro: é um livro-objeto, que será cuidadosamente impresso em papel especial, para garantir que a qualidade visual se some à textual, gerando um todo único e sem igual.

O Livro!

Brincando com a ideia de que, quanto mais nos cercamos de respostas e certezas, mais nos engaiolamos e perdemos a chance de conhecer outros caminhos e respostas possíveis, apresento-lhes uma bem humorada ode às dúvidas, uma forma de ver o mundo como infinito de possibilidades e eterna incompletude, em oposição à visão restritiva e retilínea das certezas. Essa dualidade e dubiedade já se apresenta nos vários gêneros poéticos e na fusão entre prosa e poesia. No jogo da prosa poética e da poesia em prosa.

O livro está em fase de pré venda, campanha que se estende até o fim da semana que vem (03/04). Comprando um exemplar, no valor de R$ 72,00 (frete incluso para qualquer lugar do Brasil), a pessoa ganha de brinde três postais com as ilustrações de Paulo von Poser.

A compra pode ser feita diretamente comigo, Danilo Tomic, pelo WhatsApp +55 (11) 99946-1721

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Nota do Editor: O Conto: Antes dos poemas, um conto abre o livro apresentando um personagem fictício, Zé Núlio, que vive uma experiência de iluminação em pleno eclipse solar, abandona sua vida de repetições monótonas e sai a vagar por trajetórias incertas. Em suas andanças, Zé se torna célebre pelas sabedorias que profere nos locais onde para. E se transforma com o tempo em Lao Zé, que percorre o mundo montado no burrico Zhen Qi. 

### – Instruções para aquisição – ###

Valor do Livro R$ 72,00 (incluindo o brinde de 3 cartões postais e o frete).

E para quem se interessar é possível adquirir os pôsteres das ilustrações do livro, em tamanho A3:

1 PÔSTER: R$ 45,00 (frete incluso) ; 2 PÔSTERES: R$ 70,00 ( ” ) ; 3 PÔSTERES: R$ 92,00 ( ” ) ; 4 PÔSTERES: R$ 108,00 ( ” )

Pedidos pelo WhatsApp +55(11)99946-1721 e Pagamentos pelo Chave Pix (celular) (11) 999461721

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Sobre o Autor: Danilo Tomic nasceu em São Paulo em 1965. Músico e educador. Maestro e compositor. Pianista e mestre em shakuhachi (flauta de bambu japonesa). Praticante e estudioso das técnicas corporais terapêuticas e filosofia chinesas. A poesia sempre foi um canal de expressão. Tem produzido com regularidade desde os tempos de adolescência, mas somente agora e pela primeira vez se propôs a publicar.

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P.S.: Os conceitos emitidos por artigos ou por textos assinados e publicados neste jornal são de inteira responsabilidade de seus respectivos autores.

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Mensagem do editor:

Textos e imagens de propriedade do Jornal Caboclo podem ser reproduzidos de modo parcial, desde que os créditos autorais sejam devidamente citados.

Comuniquem-nos, por favor, de possíveis correções.

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