Teatro “Estrelas de Compaixão” une a comunidade em reflexão e solidariedade, escreve Fernanda Maciel
Nasce o Grupo de Teatro Estrelas do Quintal na Comunidade Santa Clara em Caçador SC
Por Fernanda de Fátima Maciel
No mês de dezembro, o palco foi mais do que um espaço de representação artística. Nos dias 15 e 20, o Quintal Social e a Comunidade Santa Clara em Caçador, se tornaram cenários de reflexão e conscientização por meio do espetáculo “Estrelas de Compaixão, uma história sobre saciar a fome e semear a esperança”.
A iniciativa não se limitou ao entretenimento; foi um convite à reflexão sobre a realidade da fome e a importância da solidariedade. A temática “Fraternidade e fome”, alinhada ao lema “Dai-lhes vós mesmos de comer”, ecoou através das performances dos atores e atrizes, tocando os corações dos espectadores e inspirando ações concretas em prol daqueles que enfrentam a escassez alimentar.
A colaboração entre entidades e o apoio da Mitra Diocesana através do Fundo Diocesano de Solidariedade, ressaltam a força da união em busca de um propósito maior. A peça não apenas ilustrou a problemática da fome, mas também incentivou a comunidade a se mobilizar em iniciativas de apoio mútuo, reforçando os laços de solidariedade e compaixão envolvendo atores e atrizes de idades variadas, adultos e crianças unidos pelo coração através de toda a mística que envolve o tempo do advento, retrata o tempo de espera e preparação para a tão aguardada chegada do Salvador.
O evento não foi apenas um espetáculo teatral; foi um chamado à ação, convidando todos a olhar para além do palco e se engajar na construção de uma Sociedade mais justa e fraterna. As fotografias desses momentos especiais capturam não só a arte em cena, mas também o espírito colaborativo e comprometido de cada indivíduo envolvido nessa jornada pela empatia e pela erradicação da fome em nossas comunidades.
Vale ressaltar que inúmeros talentos foram revelados e pudemos contar com a colaboração de muitas pessoas que se dedicaram muito mais que unicamente nos dias das apresentações, mas, desde setembro com planejamento e execução do projeto, ensaios, confecção de figurino e organização dos espetáculos.
Que o legado deixado por essas apresentações inspire continuamente gestos de solidariedade e a construção de um mundo onde todos tenham acesso ao alimento e à dignidade.
Durante a apresentação o narrador Luiz Antunes leu o texto preparado por William Peres:
Enquanto a calma se aconchega em nossa vila e as luzes se apagam suavemente, uma reflexão emerge, tal como a lua que observa silenciosa a terra adormecida. Este dia, repleto de aromas, sabores e sorrisos, nos recorda de uma verdade eterna, tão antiga quanto o ato de estender a mão em comunhão. O pão, em sua simplicidade, é o embaixador da fraternidade, um símbolo de que nenhum homem, mulher ou criança deve caminhar sozinho ou cair sob o peso da fome.
Hoje, na partilha do nosso pão, redescobrimos o poder da fraternidade. Porque quando estendemos o pão, não entregamos apenas um pedaço de farinha e água, mas uma parte de nós mesmos, um gesto de solidariedade que alimenta o corpo e eleva o espírito. O pão que partilhamos é a expressão da nossa união, da nossa vontade de cuidar uns dos outros, de sermos uma família além das fronteiras de nossas casas.
E ainda que às vezes possamos sentir a amargura da escassez, hoje fomos lembrados de uma missão maior, ecoada no lema “Dai-lhes vós mesmos de comer”. Não é um chamado para a espera por milagres externos, mas um apelo para sermos nós mesmos os artífices da mudança, os criadores de milagres. Em cada ato de partilha, cumprimos essa sagrada instrução, transformando a fome em esperança, a necessidade em gratidão.
Que a lição deste dia se enraíze em nossos corações e se espalhe por nossas mãos. Que ao sairmos daqui, levemos conosco não apenas a memória de uma noite alegre, mas o compromisso renovado de sermos padeiros de bondade no mundo, distribuindo o pão da fraternidade onde quer que haja uma mesa vazia, um estômago vazio, um coração vazio.
Assim, quando o sol nascer, trazendo a promessa de um novo dia, que cada um de nós desperte com o desejo ardente de dar, de partilhar, de amar. Que “Dai-lhes vós mesmos de comer” se torne o mantra que nos move, a missão que nos define, a jornada que todos nós, juntos, bravamente, decidimos trilhar.
Nota do Editor: Embora ainda sem condições materiais como som e iluminação adequados nasceu o jovem grupo de teatro “Estrelas do Quintal”. E em sua primeira apresentação com crianças e jovens dedicados, deu mostras de que tem um brilhante futuro.
Foto de Capa: O grupo Estrelas do Qintal após apreentação na Igreja Santa Clara.
Assista como foi a primeira apresentação de “Estrelas de Compaixão, uma história sobre saciar a fome e semear a esperança” no Quintal Social, em:
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Sobre o Autor: Fernanda de Fátima Maciel, aos 25 anos, é uma entusiasta da diversidade cultural e linguística. Nascida em Três Barras, Santa Catarina, Brasil, graduada em Letras Libras pela Universidade Federal de Santa Catarina, onde mergulhou no mundo das línguas e na comunicação entre surdos e ouvintes.
Além de sua paixão pela linguagem, Fernanda também se aventura no mundo do teatro como uma iniciante entusiasta. Seu amor pelas artes cênicas é uma extensão de sua apreciação pela expressão artística, onde ela encontra liberdade para explorar novas formas de comunicação e se conectar com diferentes narrativas e emoções.
Sua espiritualidade católica é um pilar essencial em sua vida, influenciando suas interações com compaixão e empatia por aqueles ao seu redor. Fernanda é uma alma curiosa, constantemente buscando aprender e compartilhar conhecimento, enquanto se entrega às diversas manifestações artísticas e culturais que alimentam sua alma criativa.
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