Após manifestação feminista, direção do IFC Videira oferece apoio aos estudantes

A diretora do Instituto Federal Catarinense – IFC de Videira, Rosangela Aguiar Adam, emitiu nota pública em defesa de manifestação feminista no campus local e em apoio aos alunos, que na última sexta-feira (26) promoveram manifestação para reivindicar mais liberdade e respeito aos direitos das mulheres. “Desde quando somos obrigadas a usar sutiã na escola?” é uma das indagações feitas por um grupo de estudantes.

Em nota, a diretora do IFC Videira informa que a escola tem combatido qualquer atitude de repressão e também de bullyng, procurando sempre fazer do campus um lugar de respeito às diferenças, incentivando a solidariedade, a generosidade e o respeito à diversidade em todas as suas formas. “A escola não obriga o uso do sutiã ou de qualquer outra vestimenta, a não ser o uniforme, conforme seu regimento”, destacou.

Para ler a nota da diretora do IFC de Videira, clique aqui.

Entenda o que aconteceu, conforme relato da jornalista Juliana Bauerle Motta, da CECOM Videira:

De acordo com a estudante do 1º ano do Ensino Médio integrado em Informática, Letícia Emanuelle Rigo, a manifestação dos estudantes ocorreu depois que uma servidora do Campus chamou a atenção de uma aluna porque ela não estava usando sutiã. Em apoio à colega, os alunos organizaram um varal de sutiãs na entrada do bloco salas de aula.

“Não estamos mais em tempos onde mulheres são obrigadas a usar determinadas roupas, escutar determinados comentários, aceitar determinadas atitudes; Temos condição intelectual o suficiente para conseguirmos chegar à reflexão de que é preciso respeitar a decisão de uma mulher. E foi isso que o varal representou e quis incentivar: a reflexão da condição da mulher dentro da nossa instituição”, explica a estudante Letícia.

A diretora do Campus, Rosangela Aguiar Adam, esclarece que o comentário feito pela servidora (que gerou a manifestação) foi um fato isolado e que de forma alguma representou a opinião da Escola. A diretora afirma também que nenhum servidor (professor ou técnico) está autorizado a exigir comportamentos que não estejam expressamente escritos no Estatuto.

“Infelizmente a cultura machista existe na sociedade como um todo e faz parte do pensamento de homens, mulheres e adolescentes. É uma questão delicada e complexa. Por mais que nos esforcemos enquanto Instituição não temos controle sobre tudo. Apenas gostaríamos de ressaltar que trata-se de um fato isolado que não tem nenhum respaldo da Direção ou da Coordenação de Assistência ao Educando (CAE). Como diretora asseguro que tomaremos todas as providências para que casos como este não se repitam novamente”, afirma a diretora.

Rosangela também destaca que embora os estudantes tenham direito de se manifestar a Direção do Campus e a CAE não foram procuradas para resolver o assunto, de modo que os alunos optaram pela manifestação pública antes de tentar a via mais fácil, que é o diálogo com a direção. “Soubemos desta situação apenas pela manifestação pública dos alunos. Se antes de mais nada os estudantes tivessem vindo conversar conosco certamente teríamos resolvido esta questão de maneira mais harmônica”, pondera a diretora, deixando claro que está de portas abertas para receber os estudantes e ouvir suas reivindicações.

“Sou mulher, tenho muito orgulho disto e jamais permitiria qualquer atitude de repressão ou de intolerância contra a mulher. Aqui no IFC Campus Videira lutamos diariamente a favor da igualdade, favorecendo o diálogo e a difusão de uma cultura de tolerância e de paz”, ressalta Rosangela.

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