Jornal Caboclo

da região do Contestado, SC

Educação em destaque

Governo de SC pretende acabar com o ensino público noturno, afirma coordenador do Sinte

Desde o segundo bimestre letivo os estudantes do ensino médio público do Estado de Santa Catarina, que frequentam aulas no período noturno, tiveram seus horários de aula – de chegada e de saída – alterados. A entrada, que antes era às 19h, agora ocorre às 18h30, e a saída, das 22h30 passou às 22h00. A mudança tem causado transtorno e faz parte de uma diretriz política adotada pelo governo de Raimundo Colombo para acabar com o ensino médio noturno na rede pública. É o que afirma Sandro Morando, professor e coordenador regional do Sinte (Sindicato dos Trabalhadores em Educação na Rede Pública de Ensino do Estado de Santa Catarina), que representa na região profissionais de ensino em escolas públicas das cidades de Salto Veloso, Arroio Trinta, Iomerê, Videira, Pinheiro Preto, Tangará e Fraiburgo.

“Há uma intenção do Estado de querer economizar, porque com a antecipação de meia hora no horário das aulas noturnas deixa de pagar adicional noturno aos professores”, disse o coordenador regional do Sinte, numa referência à lei 668/15, que trata do novo plano de carreira do magistério que prevê o pagamento de adicional noturno. A economia conseguida pelo Estado de Santa Catarina, no entanto, é considerada irrisória. “O que podemos perceber mesmo é a intenção do atual Governo de Santa Catarina em acabar com o ensino noturno”, disse Morando.

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Segundo o representante do Sinte, está sendo implantada uma espécie de modus operandi para provocar a evasão escolar. Morando explica que ao antecipar em meia hora a entrada de estudantes em salas de aulas, o Governo mexeu com uma rotina que está prejudicando inúmeros alunos.

A antecipação do horário de entrada das 19h para às 18hh30 está fazendo com que muitos alunos deixem de assistir à primeira aula. Na Escola de Ensino Básico Gonçalves Dias, por exemplo, onde o coordenador do Sinte leciona a disciplina de Física, 80% dos alunos, de um total de 400, chegam atrasados à sala de aula. Ao menos por dois motivos: muitos estudam à noite e trabalham de dia e muitos dependem de condições de transporte para chegar à escola. “Com o agravante de que muitos estudantes dependem do transporte público para chegar à escola, que possui muitos alunos de diferentes partes do município de Fraiburgo”, diz Morando.

“Vai acontecer a evasão escolar. O Brasil tem em torno de dez a doze por centro de analfabetos. Vai aumentar a quantidade dos chamados analfabetos funcionais”, diz Morando em tom de alerta, ao mesmo tempo em que sugere que pais de estudantes podem e devem ir até o Ministério Público denunciar esta situação.

Além da Gonçalves Dias, há outras três escolas no município de Fraiburgo que enfrentam o mesmo problema, considerados os seus contextos: São José, Eurico Pinz e 25 de maio. “A recomendação das direções das escolas é que não sejam aplicadas faltas por causa do atrasado involuntário dos estudantes nas primeiras aulas”, diz Morando.

Conversa com a Prefeita

A reportagem do Jornal Caboclo apurou que uma reunião entre as direções das escolas com a prefeita Claudete Gheller Mathias deve ser feita nos próximos dias para tratar do assunto.

Com a antecipação do término das aulas noturnas em meia hora, muitos estudantes são obrigados a aguardar o transporte na escola ou fora dela. O que torna complexa a situação, se for considerada a temperatura e clima nesta época do ano.

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