Quinze pessoas com deficiência aguardam por vaga em unidade da Apae de Fraiburgo
Até a segunda semana de junho, quinze pessoas com deficiência aguardavam por vaga na Escola Maria Frey, a Apae (Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais) de Fraiburgo. A unidade local, que atualmente atende 152 pessoas, alega não ter condições financeiras para no momento receber mais alunos.
“Conseguimos manter, mas não conseguimos receber mais gente”, afirma a presidente da Apae Gisele Bahr Buhl. “Uma forma de abrir vagas no momento, só se um aluno fosse transferido de unidade”, acrescenta ela, ao lamentar a existência de uma fila de espera para o ingresso em sua unidade escolar. Gisele aponta a queda do orçamento e dos repasses à unidade como a razão principal para a dificuldade em receber novos alunos.
Segundo a presidente, os valores dos repasses feitos pelo estado de Santa Catarina e pelo município de Fraiburgo caíram de 2016 para 2017. A presidente comenta que o repasse estadual é feito pelo ICMS (Imposto sobre circulação de mercadorias e serviços), que registrou queda em seu índice de arrecadação. O repasse do Governo de SC às Associações de Pais e Amigos dos Excepcionais está atrelado à arrecadação ao ICMS.
Já a Prefeitura de Fraiburgo, que no ano passado teria repassado 176 mil reais, este ano repassará o total de162 mil reais divididos em nove parcelas a contar do mês de março. Os recursos foram aprovados pelos vereadores locais em sessão ordinária no dia 5 de junho. “Se a gente não tivesse reserva técnica, não tínhamos como ter honrado com os salários de fevereiro de nossos funcionários”, disse Gisele, sobre o atraso do repasse municipal de três meses.
A exemplo de muitas outras unidades, a Apae de Fraiburgo se mantém com o repasse do poder público, de doações e de ações sociais próprias de arrecadação de recursos financeiros. “Fazemos atividades extras para arrecadar recursos, mas temos que lembrar que a obrigação [de atender as pessoas com deficiências] não é da Apae, que é uma entidade privada e filantrópica, ela presta serviço”, diz a presidente da Apae. “A obrigação é do poder público”, acrescenta, ao lembrar que o atendimento mensal de cada aluno sai por 1200 reais.
Faltam profissionais
Por falta de recursos financeiros, a Apae de Fraiburgo ainda sofre com a necessidade de profissionais em seus quadros. A respeito dos profissionais, a presidente da Apae diz que atualmente a unidade local atende com quatro fisioterapeutas, mas diz precisar de mais uma.
“Atendemos com uma psiquiatra, mas precisaríamos de outra”, diz Gisele. “E a psiquiatra que temos, se desloca do Paraná a Fraiburgo para realizar o atendimento. Há uma escassez de profissionais desta área”, diz a presidente. Incluindo ainda a necessidade de mais uma terapeuta ocupacional, a Apae local está precisando de dez profissionais.
Especializado, os profissionais são responsáveis pelo atendimento de alunos de alguns meses de vida até 75 anos de idade. Cada um faz, em média, faz 30 horas semanais de atividades em espaço com aproximadamente mil metros quadrados de área construída, no Centro.
Formas de auxílio financeiro
Para auxiliar na manutenção, a direção da Apae de Fraiburgo diz realizar anualmente atividades que buscam arrecadar recursos em auxílio à unidade. Entre as atividades, destacam-se a realização de brechós, pasteladas, pedágios solidário.
Outra maneira de conseguir auxílio é por doações, que podem ser feitas pela fatura da conta da Celesc e por depósito e transferência bancária: Caixa Econômica Federal – Apae Fraiburgo. Agência 1791-4, Conta corrente 2618-1.
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