“O desnecessário da vida”. Por Matheus Felipe Tonial
por Matheus Felipe Tonial
Nesses dias, estava eu assistindo uma matéria sobre o frio em Santa Catarina em um telejornal qualquer. O repórter entrevistava pessoas do Rio de Janeiro, São Paulo e de outros lugares distantes que estavam aqui apenas para ver a neve. Parei e pensei: Quanto nós valorizamos o que não podemos ter?
O frio, a neve e a geada são supervalorizados para as pessoas do Norte, já que eles não têm essas situações com frequência. Em contraponto, muitas pessoas do Sul trocariam as paisagens geladas por muita areia e sol no nordeste do país.
Esse fenômeno de querer o que não se tem é aproveitado pelo consumismo moderno. A supervalorização e a atribuição de um superpreço a produtos que não valham de fato o que se pede são estratégias para atrair pessoas esnobes ao consumo deliberado, pois estas tendem sentir atração a objetos que creem ser de difícil aquisição para “ostentar” perante as demais.
Quando vemos algo que achamos impossível alcançar passamos a valorizá-lo muito mais, bem como, preferir uma nevasca a um sol de trinta graus, e isso nos leva a tomar medidas impulsivas visando alcançar o “inalcançável”.
Autoconhecimento é a palavra-chave para estancar a vontade impulsiva de lutar por algo que você não precisa apenas para impressionar os demais. Quando o assunto é mudar de paisagem, comece saindo do aquecedor ou do ar-condicionado e indo respirar um pouco fora de casa, você pode se surpreender com a quantidade de oportunidades boas que você não havia percebido ainda.
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Sobre o autor: Matheus Felipe Tonial, comunicador e estudante do Instituto Federal Catarinense – IFC Fraiburgo; escreve às quartas-feiras no Jornal Caboclo.
P. S. : Os conceitos emitidos por artigos ou por textos assinados e publicados neste jornal são de inteira responsabilidade de seus respectivos autores.
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