“Vicente Telles levado pelos Bombeiros Voluntários nas ruas de Irani” – Por Edison Porto
Justa homenagem ao homem que enalteceu o Irani e o Contestado – Exéquias I
Por Edison Porto
A despedida de Vicente Telles começou com seu velório na Câmara Municipal de Vereadores do Irani, de onde seguiu levado num carro do Corpo de Bombeiros Voluntários para o Memorial do Contestado que criou ao lado de sua residência.
Os bombeiros voluntários de Irani lideraram o cortejo, com muita galhardia. Estavam honrados em fazer sua última homenagem ao ilustre amigo. Recentemente, o Comandante Sandro Alves Pereira, com o Sub-Comandante Fabiano e o bombeiro Luiz Alberto foram à casa do Vicente Telles para celebrar seu 86º aniversário, ocasião em que Vicente se emocionou quando lhe vestiram o uniforme com um antigo capacete de bombeiro.
No saguão de entrada daquela casa legislativa estava uma exposição da grande quantidade de títulos, fotos, agradecimentos e honrarias que o “Mensageiro do Contestado” recebeu durante sua saga em prol dos caboclos.
Antes de o féretro deixar a Câmara Municipal, seu filho Vicente de Paula acompanhou com o violão a esposa Nancy Lima, cantando uma bela canção xamânica de cura que se inicia com as palavras “Para merecer eu tenho que vigiar os meus sentimentos, meus pensamentos…”, foi uma declaração de amor com o Vicentinho arrancando dos presentes um “Viva Vicente Telles!”
Desde que o corpo chegou na tarde do dia 28 quando ele faleceu, o plenário da Câmara Municipal recebeu inúmeros amigos, entre eles gente simples e também autoridades, como vários ex-prefeitos de Irani e o atual Prefeito Sivio.
Entre muitos outros, estiveram presentes o Maestro Betoni que veio de Itajaí se despedir do antigo companheiro de muitas apresentações musicais pelo Estado de Santa Catarina, o folclorista Pinduca de Caçador, o Ator Adilson Panatta , Coordenador do Grupo de Teatro Temporá, o Prof. historiador Delmir Valentim.
Panatta trouxe um Estandarte com a Bandeira do Contestado do tipo que era levado pelos Caboclos na época da Guerra, há 100 anos, e que seguiu junto com Vicente no carro dos bombeiros, abrindo caminho para o Caboclo mais importante da atualidade, como fazia para as tropas caboclas da época, sendo avistado bem alto.
Também esteve presente e acompanhou o cortejo o Dr. Prof . Nilson Cesar Fraga da Universidade Federal de Londrina, cientista, pesquisador, historiador que nunca deixa de mencionar o nome Vicente Telles em suas palestras sobre o Contestado, pois ele tem o Vicente como o Mestre que lhe ensinou a “plantar sementes” pelo resgate da memória histórica e melhoria da qualidade de vida do povo da região que leva o nome do trágico conflito centenário.
Depois de uma noite de chuva, os céus do Irani contiveram seu choro para que o longo cortejo passasse por todos os bairros da cidade. As pessoas respeitosamente se postaram nas janelas, portas, calçadas, em todas as ruas e avenidas, alguns saudando com acenos, outros com palmas, aquele que muito honrou o nome da cidade.
Uma manhã fria, em torno de 18C, foi aquecida por muita emoção no trajeto do cortejo que passou pelo símbolo do Irani que tinha em sua mão um laço negro de luto pela sentida partida e, terminou no Memorial do Contestado onde quantidade muito grande de pessoas, amigos, autoridades e admiradores o aguardava, entre eles o casal Angela e Espiridião Amim, compadres do Vicente Telles.
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Sobre o autor:
Edison Porto, administrador pela Eaesp/FGV, MBA em Finanças pelo IBMEC-SP, bacharelando em Direito e Jornalismo. Membro da Associação dos Amigos do Museu do Contestado de Caçador, da Associação Cultural Coração do Contestado de Lebon Régis e da ACIJO Associação Caçadorense de Imprensa. Ocupa a cadeira nº10 da Academia Caçadorense de Música.
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