Entre orquídeas – Por Francisco Sacramento
Conhecendo as orquídeas
Por Francisco Sacramento
Ganham espaços nas redes sociais diferentes publicações a respeito do cultivo e posse dessas flores ao mesmo tempo magníficas e maravilhosas, que se espalham pelas mais distintas regiões do globo terrestre: as orquídeas.
Divididas entre inúmeras espécies, tamanhos, cores acredita-se que hoje seu número seja superior a quarenta e cinco mil. Como resultado diferentes expectativas cercam o seu cultivo e a sua posse, mas elas são seres vivos que requerem alguns cuidados e a adoção de algumas posturas.
Em sua maioria o desenvolvimento dessas plantas ocorre associado, no meio ambiente, a diferentes tipos de árvores que utilizam como suporte para seu desenvolvimento, embora algumas vivam em pedras e outras na terra. As primeiras, recebem a denominação de epífitas, as segundas de rupícolas.
Suas cores, formas, origens, levam muitos a tentar desvendar os segredos que encerram, outros a transformá-las em objeto de coleção, e outros ainda a desenvolver intensas atividades comerciais. Independente das intenções pessoais, como seres vivos, que são, precisam sobreviver de três condições básicas: água, alimento e iluminação.
Existem muitos mitos no que diz respeito à rega dessas plantas: é certo que elas sobrevivem muito mais quando as regas são pouco frequentes e menos quando ocorre o excesso de hidratação. Basta lembrar que suas raízes na natureza “agarram-se” a troncos ou a pedras e quando a chuva acontece ela flui sem encharcar; por outro lado é importante considerar que existem aquelas que gostam de uma maior quantidade de água do que outras. Por exemplo as catleias e as laelias apreciam doses semanais de regas, conforme o tipo de ambiente em que se encontram, e as vandas possuem a necessidade de regas diárias a não ser que se encontrem em ambientes muito húmidos. É importante lembrar que a frequência da água está associada às condições do meio ambiente: um teste simples reside no aprofundar da ponta do dedo uns dois centímetros no substrato e regar se sentir que está seco.
Por outro lado, a alimentação deve ser oferecida de forma discreta a cada semana ou eventualmente a cada quinzena. Para sobreviverem elas necessitam de adubos que contenham nitrogênio, fosforo e potássio, mas também são importantes à sua sobrevivência os chamados micronutrientes.
Outra consideração importante envolvendo os aspectos mencionados diz respeito ao elemento que é oferecido para que a mesma obtenha sustentação e crescimentos adequados. Com a proibição do uso do xaxim um bom substrato constituído por casca de árvore, carvão, brita e musgo costuma apresentar excelentes resultados pois dão sustentação à planta, evitam o excesso de água em suas raízes, favorecem o processo alimentar além de fixa-la de maneira adequada.
No que diz respeito à claridade devem ser observados alguns cuidados: existem plantas que sobrevivem normalmente à luz direta como é o caso orquídea “bambu” – Arundina bambusifolia – planta que muitas vezes é utilizada como um cerca viva, e aquelas, que necessitam de iluminação diária, mas não suportam a luz solar direta. Na realidade esse aspecto deve ser considerado com bastante cuidado pois o excesso de luz pode até mata-las assim como a falta de luz pode produzir o mesmo efeito. Assim, deve ser considerada a região em que o criador vive incluindo o tipo de iluminação, humidade do ar, intensidade de calor. Lembre-se a orquídea sobrevive naquelas condições em que encontra um equilíbrio adequado entre todos esses fatores.
Assim tornam-se importantes a adoção de um conjunto de posturas que implicam em: disciplina, organização, tenacidade e conhecimento. Os três primeiros elementos estão estruturados na ideia de que não se cultiva orquídeas apenas pela sua posse, mas pelo amor e dedicação presentes na ação individual; e por último, no fato de que o aprofundamento do conhecer irá apoiar cada um na obtenção dos resultados esperados: neste sentido é importante não só aprender a identificar cada planta como também desenvolver uma rede relacionamentos entre orquidófilos situados em diferentes regiões do País e do globo terrestre.
Enfim essa é uma área do conhecimento extremamente extensa que caminha da simples observação do belo, ao desenvolvimento de realidades pessoais, culturais, econômicas e às relacionadas à preservação do meio ambiente.
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Sobre o Autor:
Francisco Sacramento: Mestre em Administração pela UMSP, Administrador pela FGV/SP. Prof. Universitário, membro da Academia de Letras de Araçariguama a Região. Tem na orquidofilia e na fotografia duas áreas focadas na construção do conhecimento. É autor de textos científicos e artigos publicados em diferentes mídias.
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