Jornal Caboclo

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A Cachaça é nossa, escreve Zé Figueiredo.

O dia 13 de setembro homenageia a data em que a cachaça passou a ser oficialmente liberada para a fabricação e venda no Brasil, em 1661.

Por Zé Figueiredo

Sabendo que hoje é o dia nacional da cachaça, produto genuinamente brasileiro, somente nós podemos chamá-la de Cachaça, no mesmo patamar do Champagne e do Cognac, o que não é pouca coisa, temos que, além de tomar uma dose, render-lhe algumas mal traçadas linhas.

A cachaça teve origem nas fazendas produtoras de cana-de-açúcar, e neste meio ela tem várias utilidades. Depois de um dia chuvoso, corpo cansado e molhado, nada melhor que debaixo de uma varanda, com toda a turma reunida, mandar uma ou umas cachaças para o peito, antes de cada um seguir seu caminho para casa.

Nos anos 70 muitas fazendas não tinham eletricidade, assim, quando todos se reuniam, ou por uma novena, ou por um terço pedindo chuva, a cachaça relaxava a prosa e a conversa seguia por horas amansando a noite fria, realçando as estrelas e a beleza da lua. Depois de três doses de cachaça, não há mais caboclo medroso, todos são peões que amansam qualquer cavalo, inclusive o Tordilho Negro do saudoso Teixeirinha.

Há quem diga que a branquinha cura qualquer doença, de reumatismo à queda de cabelo. Outros dizem não existir insônia que resista a duas doses da água que passarinho não bebe. Por ser um produto barato, é popular e não precisa ser falsificado como a vodca e o uísque. Afinal, falsificar cachaça é sem-vergonhice passada da conta.

Pode ser tomada de um só trago, ou em vários. Nas duas formas o degustador poderá apreciar a qualidade da bebida, mas a preferência para uma degustação profunda deverá ser dividida em várias etapas. Primeiro, a apreciação da cor e das lágrimas que deverão aparecer na borda do copo, ou da taça. Sem estas, o produto já deverá ser reprovado. Depois o aroma, o sabor e finalmente o retrogosto. Como toda bebida de qualidade, haverá um equilíbrio em todas as etapas.

A cachaça tem personalidade, cada rótulo apresenta uma reunião de aromas e sabores individuais. Como a nossa íris, que nos identifica como únicos, assim também é a cachaça. Cada cachaça é única, mas o que mais nos orgulha é ser ela verde e amarela, brasileira legítima, saída do mato, do verde das folhagens da cana-de-açúcar e do amarelo de nosso sol que brilha durante 365 dias, nesta terra abençoada chamada Brasil.

 Nota do Editor:  Para saber mais sobre o DIA NACIONAL DA CACHAÇA, acesse: https://www.calendarr.com/brasil/dia-nacional-da-cachaca/

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SOBRE O AUTOR: Zé Figueiredo (José Geraldo C. Figueiredo), Graduado em Ciências Sociais e Jurídicas – Advogado Pós-Graduado em Direito Processual Civil;   Graduado em Química Industrial- Químico Responsável da Cervejaria Casabranquense Ltda – Red Door;
Colunista do Jornal Casa Branca, Estado de São Paulo e do Jornal Caboclo do Estado de Santa Catarina.

 

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