Jornal Caboclo

da região do Contestado, SC

Geral

Terapia de reposição com testosterona: isso é o melhor para você?

Compreenda seus benefícios e riscos potenciais

            O tratamento com testosterona no homem é um tema muito atual, muito discutido e com muitas controvérsias. Nesse artigo vamos tentar oferecer uma visão atual e baseada nas diretrizes da Sociedade Brasileira de Urologia para esse assunto.

            A testosterona é o hormônio masculino produzido principalmente pelos testículos. Há uma pequena quantidade produzida ainda pela glândula suprarrenal. A maior quantidade desse hormônio circula na corrente sanguínea, ligada a proteínas, e apenas 2% está sob a forma livre. É essa forma livre que age nos tecidos sensíveis a este hormônio.

            A testosterona interfere na função sexual, humor, massa muscular, regulação das gorduras, formação óssea, eritropoiese e na função imunológica. Com a idade, há uma diminuição na taxa de produção da testosterona, que se traduz em manifestações clínicas em cerca de 25% dos homens idosos.

            Os sintomas que acompanham a redução dos níveis de testosterona são: diminuição da libido e disfunção erétil, aumento da gordura corporal, perda de massa muscular, perda de massa óssea, sintomas psíquicos e cognitivos (baixa na sensação de bem-estar, falta de iniciativa, dificuldade de concentração) e distúrbios do sono. No entanto, estes vários sintomas não são exclusivos da falta de testosterona, podendo estar atrelados a problemas como stress, depressão, uso de medicações, etc. Por isso, é fundamental se obter dosagem da testosterona para comprovar sua baixa através de dois exames colhidos em dias diferentes.

            Após a avaliação clínico-laboratorial e constatada a diminuição dos níveis da testosterona, temos que discutir com o paciente os prós e contras da reposição do hormônio, avaliando suas contraindicações. As contraindicações absolutas são a presença ou suspeita de câncer de próstata ou câncer de mama. A reposição hormonal pode acelerar um câncer já existente e não tratado. Existem contraindicações relativas que incluem insuficiência cardíaca, policitemia, apnéia do sono, próstata aumentada e pacientes que desejam ter filhos.

            Indivíduos que apresentem quadro clínico e laboratorial de deficiência androgênica (testosterona) podem ter benefícios com restauração dos níveis hormonais. A terapia de reposição hormonal em níveis fisiológicos, acompanhada de mudanças no estilo de vida como controle dietético, atividade física regular e abandono do tabagismo, oferece benefícios no aspecto físico, psicológico e sexual. O médico deve ter domínio da farmacologia das diferentes formulações disponíveis a fim de evitar o sub ou sobre tratamento, tendo em vista que ambos associam-se com aumento de efeitos adversos.

            Ao iniciar o tratamento com testosterona, é necessário manter controles laboratoriais como PSA, hemograma e função do fígado. Ainda deve-se pesquisar distúrbios do sono e também avaliar os níveis de testosterona.

            Hoje em dia há a disseminação do culto à beleza, a busca pelo corpo atlético, a melhor performance física. Observa-se de maneira preocupante o uso cada vez maior de testosterona e outros anabolizantes por jovens, com o objetivo de modelar o corpo. Deve-se alertar que o uso da testosterona e outros anabolizantes nesta faixa etária para indivíduos com níveis normais deste hormônio pode trazer consequências importantes para a fertilidade/sistema reprodutor, bem como alterações do fígado. Na puberdade, o uso de testosterona pode levar à alteração do crescimento, conduzindo à baixa estatura. No campo do psiquismo pode levar a alterações, aumentando a agressividade e o risco de desenvolver doenças psiquiátricas. Disfunções como acne, calvície, ronco excessivo e engrossamento do sangue, que pode levar a entupimentos de vasos sanguíneos, também podem ocorrer.

            Neste sentido, devemos deixar uma reflexão. O processo de envelhecimento do homem é inexorável e sofre a influência de uma série de aspectos – genética, estilo e hábitos de vida, preservar bons vínculos afetivos, valorizar um ambiente familiar saudável, cuidar do nosso psiquismo. Devemos estimular o hábito com os cuidados e acompanhamento da saúde com médico periodicamente. Quando optamos pelas intervenções medicamentosas com o fim de melhorar nosso físico, devemos ponderar o que queremos, até onde queremos e a que custo/risco. Juventude eterna não existe.

 Dr. Hardy Goldschmidt, médico urologista e cooperado da Unimed Chapecó.
Dr. Paulo Fernando Caldas, médico urologista e cooperado da Unimed Chapecó.

Dr. Juliano Ferneda, médico urologista e cooperado da Unimed Chapecó

Fonte: MB Comunicação Empresarial/Organizacional – Jornalista Responsável – Marcos A. Bedin – MTE SC 00085-JP – Rua Nilópolis, 251 D – Bairro Universitário – 89814-510 – Chapecó/SC

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