Música é aliada na recuperação de enfermos, escreve Eduardo Martins
Hilquias Alves leva musicoterapia a 67 unidades de saúde de Campinas e região
Por Eduardo Martins*
Comemorado em 15 de setembro, o Dia Nacional da Musicoterapia é a data especial para celebrar uma terapia que tem a música como principal recurso. Nela, a harmonia, a melodia e o ritmo são utilizados com o objetivo de melhorar a comunicação e a expressão, além de auxiliar no desenvolvimento emocional e psicológico de pacientes que estão lutando contra enfermidades.
Hilquias Alves, de 57 anos, toca saxofone desde os sete anos e há uma década se tornou musicoterapeuta. Incentivado pela esposa Lucirlei Silva, que enxergou o talento no marido, o músico visita de forma voluntária aproximadamente 15 hospitais por semana na Região Metropolitana de Campinas (RMC), levando a musicoterapia a enfermos de variadas idades.
“Esse trabalho começou no Hospital da Unicamp, aconselhado pela minha esposa, que achou que a maneira que eu tocava iria ajudar as pessoas enfermas. Aí comecei a tocar no Hospital da Unicamp, as pessoas foram gostando e as portas foram se abrindo. Já visitei bastante gente. Visito mais ou menos mil pessoas enfermas por semana, em 14 ou 15 hospitais de Campinas ou de cidades como Louveira, Vinhedo, Valinhos, Sumaré, Nova Odessa, Americana, Jaguariúna, Cosmópolis, Mogi Mirim e Mogi Guaçu”, enumera.
Agora, estou em 67 hospitais, somando com UBS, centros de saúde e UPAs. Eu faço um rodízio entre 15 cidades em volta de Campinas, aí faço uma média de 14 ou 15 hospitais por semana. Tenho doado três dias da semana para a musicoterapia. Tem sido maravilhoso ver a reação das pessoas e como elas tem gostado desse projeto para trazer um pouco de alívio para quem está passando por lutas tão grandes nessa pandemia, com enfermidades e perdas. A música tem ajudado muito e estou muito feliz de poder fazer isso”, enfatiza Hilquias.
Natural de Olinda, em Pernambuco, Hilquias chegou a Campinas em 1987 para trabalhar em estúdios de gravações. Cristão desde a infância, conheceu na cidade a Igreja do Nazareno Central de Campinas (INCC) e faz questão de levar a presença de Deus na sua vida aos enfermos que visita. Ele garante que o amor a Jesus é o diferencial do seu trabalho.
“A musicoterapia é muito importante porque as pessoas que estão passando por enfermidades têm a imunidade baixa e também sofrem muito com a tristeza e a angústia. Ao mesmo tempo, a música traz satisfação, resgata lembranças, traz alívio para o coração das pessoas e como resposta, a imunidade aumenta. A felicidade e a alegria fazem a imunidade aumentar. E uma coisa muito importante, é que sempre que eu toco a presença de Jesus traz alívio. Jesus é o príncipe da paz e é isso o grande diferencial desse projeto”, destaca o músico.
Durante os 10 anos de trabalho com a musicoterapia, Hilquias já presenciou momentos que se tornaram inesquecíveis na sua vida. Em uma das visitas aos hospitais, o musicoterapeuta conta que já viu de perto pessoas iniciarem a recuperação de lutas duras contra doenças. Ele planeja não parar de levar a musicoterapia aos enfermos.
“Enquanto eu tiver fôlego, quero fazer esta obra até o final da minha vida. E não quero parar jamais de servir ao Senhor”, projeta.
Dificuldades na pandemia e reinvenção
No início da pandemia da Covid-19, em março de 2020, Hilquias Alves parou de realizar seu trabalho dentro dos hospitais por conta do risco de ser contaminado pelo vírus e também da impossibilidade de tocar saxofone de máscara. Em casa, sem poder fazer o que mais ama, o músico decidiu sair nas ruas para levar as canções até pessoas que estavam nas próprias residências cumprindo isolamento. O sucesso foi garantido.
“Em março, quando começou a pandemia, eu comecei a tocar nas ruas. Estava em casa, sem saber o que faria da vida naquele momento, e decidi levar a música até pessoas que estavam passando por aquela enorme incerteza. Toquei nas ruas de março até outubro de 2020”, relembra o saxofonista, que também já gravou CDs de própria autoria e recebe doações.
“Em novembro, voltei a tocar nos hospitais, somente na parte de fora, nas entradas principais ou em locais estratégicos nos estacionamentos que ficam próximos às janelas dos quartos, sempre com muito cuidado. Está sendo muito bom e até aumentou o número de hospitais que estou visitando. Antes eram 35 hospitais e agora estou em 67”, pontua o músico que em ocasiões específicas também visita enfermos que estão na própria residência.
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Musicoterapia também presente em uma associação
Assim como Hilquias Alves, a Associação Pestalozzi de Campinas também realiza trabalho de musicalização e musicoterapia em pacientes com deficiências múltiplas, deficiência intelectual e Transtorno do Espectro Autista (TEA). A entidade sem fins lucrativos, fundada em 1978, atende crianças, adolescentes, adultos e também famílias.
“A música e os ritmos próprios do nosso corpo (respiração, batimentos cardíacos e sons viscerais) favorecem a atividade muscular, a respiração, a pressão sanguínea, a pulsação cardíaca, o humor e o metabolismo. Assim, a musicoterapia visa potencializar ou reparar aspectos de organização intrapessoal ou interpessoal do indivíduo, proporcionando-lhe uma melhor qualidade de vida através do conhecimento e/ou reconhecimento do mundo sonoro, musical e do movimento”, destaca a Associação Pestalozzi, em seu site oficial.
A entidade atua nas áreas de assistência social, educação e saúde, com os programas Escola de Educação Especial Exclusiva e Programa Inclusão, com atendimento educacional especializado e atendimentos do serviço complementar como assistência social, atendimento às famílias e atendimento habilitação/reabilitação na área da saúde.
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Doações e trabalho de musicoterapia com Hilquias Alves
Telefone e WhatsApp: (19) 9 9773-3813
E-mail: hilquiasalves8@gmail.com
Facebook: Hilquias Alves
Instagram: @hilquiasalves
Doações para Associação Pestalozzi
Site: www.pestalozzicampinas.com.br
Facebook: Associação Pestalozzi de Campinas
Instagram: @pestalozzi.campinas
Nota do Editor* – Esta é uma republicação autorizada da matéria escrita por Eduardo Martins para o portal HORA CAMPINAS, que conforme declara seu Editor-chefe, Marcelo Pereira, tem se notabilizado por promover um jornalismo independente, valorizando histórias humanistas e personagens inspirados.
Agradecemos ao Marcelo pela autorização desta republicação e parabenizamos o Eduardo Martins pela bela reportagem, muito bem escrita, em 15 de setembro de 2021, Dia Nacional da Musicoterapia, cujo link é https://horacampinas.com.br/musica-e-aliada-na-recuperacao-de-enfermos/
Nosso interesse pela matéria surgiu quando recebemos da Caçadorense Margareth Freitas, residente em Campinas, pequenos filmes gravados com seu celular, quando esteve na Casa de Saúde Campinas para um atendimento ambulatorial. Com a ajuda dela descobrimos quem era o músico que fazia tão belas apresentações nos jardins em frente ao Hospital, ou seja, o Hilquias Alves.
Conversamos com o Sr. Hilquias que em abril/2022 completará 58 anos, dos quais está há 35 anos residindo em Campinas, SP. Parabéns a ele também, um ser simpático, religioso e que faz o bem sem olhar a quem!
A foto de capa desta publicação foi extraída de vídeo postado no Canal Youtube de Hilquias Alves.
O link para os filmes recebidos da querida amiga Margareth Freitas, estão editados e publicados no canal IMPRENAUTAS Música:
Esta edição de vídeos será repassada para o Hilquias publicá-la também em seu próprio canal no Youtube, cujo link é:
https://www.youtube.com/channel/UCiEuE9L6U5hvu1J_L_99SBQ
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P.S.: Os conceitos emitidos por artigos ou por textos assinados e publicados neste jornal são de inteira responsabilidade de seus respectivos autores.
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É DIVINO sentir o carinho com que ele cumpre sua missão!
Ele é aguardado também pelos funcionários, quando dentro do PS ouvi a primeira música, uma enfermeira disse: “Oba! Começou a serenata!”
A música é um bálsamo valioso. Grato por seu comentário