Jornal Caboclo

da região do Contestado, SC

Colunas e Opinião

Vida de Foca, escreve Zita Tramontina

Uma crônica sobre jornalistas principiantes

Por Zita Tramontina

Segundo um texto publicado em um site educacional, mais precisamente na seção de curiosidades, por que jornalistas recém-formados são chamados de “foca”? A página cita um famoso texto do jornalista Valdir Sanches, que narra, com uma certa dose de humor, o motivo do uso desse termo. No texto, “foca” é o jornalista recém-formado, ainda inexperiente. A justificativa? “O foca sempre entra em uma fria”, “aprende rápido a realizar pequenas tarefas em troca de poucas sardinhas”, “fica boiando o tempo todo” e “tem um ar puro e inocente”. Essas são apenas algumas das trezentas frases que descrevem a definição.

Refletindo sobre o texto, lembrei das narrações burlescas feitas por um colega do curso superior. Durante uma oficina ou outra, nosso nobre “Foquinha”, como carinhosamente chamamos o jornalista recém-contratado na pitoresca cidade vizinha, narra as peripécias de sua profissão, fazendo inferências e observações humorísticas sobre os eventos que cobre. Cada ocorrido na cidade parece merecer um flash. Assim, não poderia ser diferente: durante as aulas, nosso colega “Foquinha” se põe a narrar os perrengues da profissão. Afinal, a melhor forma de encarar os deslizes e micos no expediente é com bom humor.

Jovani Julianotti é estudante de jornalismo e suas histórias serviram de inspiração para a elaboração desta crônica. (Foto: Reprodução/ WhatsApp)

Outro dia, tentando justificar a ética exigida pela profissão e, ao mesmo tempo, provar aos colegas que aprecia o uso da mini-saia, mas não em ambiente de trabalho, nosso colega se colocou em um pequeno enrosco. Ele narrava que havia barrado uma colega de entrar em um evento sobre Educação, justificando a visão ética sob o aspecto da vestimenta por causa da roupa dela. Ao tentar explicar isso, faltaram-lhe palavras. Tentou falar rápido e as palavras saíram erradas. Teve dificuldade de expor que não apreciava o uso da roupa no trabalho, mas, fora isso, gostava de ver uma moça com as pernas à mostra. Travou, deu um branco e a situação ficou cômica. Sabemos que a comunicação faz parte do nosso dia a dia nas mais variadas situações. Entretanto, se não conseguimos nos expressar com clareza, a mensagem não chega ao destinatário.

Fazendo jus ao termo “foca”, o jornalista recém-formado ou ainda sem formação, e “ainda inexperiente” saiu para uma missão de trabalho na pitoresca povoação urbana e deu de cara com uma situação inusitada: dois cães brigando, provavelmente disputando o amor de uma fêmea em seu período fértil, ou como diria o Poeta (em seu estado “canícula”). Ao ver tal cena, e com a intenção de não permitir que os animais se ferissem, seu lado protetor entrou em ação. No entanto, nosso nobre “Foquinha” esqueceu que  Provérbios e Ditados populares têm sua função social. O que vem nos lembrar que em “brigas de amor não podemos interferir”, principalmente se forem brigas caninas, e que não é verdadeira aquela máxima de diz: cão que ladra não,  e acabou assim um pouco lesionado, com alguns cortes, hematomas e escoriações. (fazendo uso de suas palavras acabou lanhado dentes).  Além da dor física, lhe restou também algumas mágoas e desgostos devido à falta de cuidado da população urbana com seus pets.

Diante de tais fatos, podemos tirar algumas conclusões:

Conseguir se expressar de maneira eficaz é essencial em todas as áreas da vida.

Saber se expressar verbalmente é fundamental em todas as etapas da vida.

Não interferir na relação íntima da sociedade canina faz bem à saúde e nos poupa muitos aborrecimentos.

 E para encerrar, e fazendo jus ao texto “Por que os jornalistas recém-formado são chamados de “foca”, toda vez que nosso herói sair para sua nova missão vai lembrar da frase “foca na missão”.

 Ufa!!! “Vida de Foca não é nada fácil”.

Nota do Editor:  Crônica publicada originalmente no Jornal Extra SC da cidade de Caçador.

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Sobre a Autora: Zita Tramontina é Professora Língua Portuguesa e Literatura. A escritora também é graduada em Letras. Atualmente, Zita Tramontina é acadêmica da 7ª fase do curso de Jornalismo da Universidade Alto Vale do Rio do Peixe- UNIARP. A publicação da crônica faz parte de suas atividades curriculares da disciplina de estágio curricular supervisionado. A acadêmica cumpre requisito de estágio em jornalismo no Jornal Extra SC e é supervisionada pelo jornalista Vanderlei Pires.

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P.S.: Os conceitos emitidos por artigos ou por textos assinados e publicados neste jornal são de inteira responsabilidade de seus respectivos autores.

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Mensagem do editor:

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