Minha mãe não dorme enquanto eu não chegar, escreve Sara Haymussi
Quando criança, íamos à missa do Dia das Mães na Catedral e lá me lembro de ouvir várias vezes Kátia Guerra declamando, lindas e tristes poesias, sobre esse dia tão especial. Ela declamava “Mãe, eu volto a te ver na antiga sala, onde uma noite te deixei sem fala, dizendo adeus como quem vai morrer. E me viste sumir pela neblina, pois a sina das mães é essa sina: amar, cuidar, criar e depois perder” (Giuseppe Ghiaroni). Nesse momento minha mãe já dava início àquele choro bem molhado, aquele de encharcar o lenço e um olhar rápido lançado nas fileiras de bancos e se via que o mesmo acontecia com todas as mães.
E o que dizer das músicas? Cantávamos com gosto, pra fazer todos chorarem. “Ela é a dona de tudo, ela é a rainha do lar, ela vale mais para mim, que o céu, que a terra, que o mar. Ela é a palavra mais linda, que um dia o poeta escreveu…mamãe, mamãe, mamãe…eu te lembro o chinelo na Mão” (Herivelto Martins e David Nasser). Essa música foi gravada por Angela Maria em 1956 e passou a ser considerada como um hino do Dia das Mães.
Quantos poetas já escreveram sobre as mães! Adoniram Barbosa, sambista Paulista, cujo nome verdadeiro era João Rubinato (soube agora), cantou histórias sofridas, contou histórias de mulheres submissas, cantou tragédias como Iracema, falou das mulheres. Em 1951 compôs “Saudosa Maloca”, relatando o drama dos “sem-teto”. A música “Casamento do Moacir” fala sobre a bigamia. Mas seu maior sucesso, “Trem das onze”, tem uma frase que nos remete a mais pura realidade, aquela que não sai de moda, quando ele diz: “Minha mãe não dorme enquanto eu não chegar”.
Ah mãe!!! E então eu ouço essa frase e me sinto invadida pelas bênçãos dessa mãe que não me abandona, dessa mãe que não dorme enquanto eu não chegar, que me permite ficar na rua até a hora que eu quiser, pois tenho alguém me esperando. Que garante minha existência, que me protege e me faz ter um sono tranquilo, pois ela é um tudo para mim.
A minha mãe “Amélia” também foi escrita em verso por Mário Lago e cantada por vários intérpretes, “Amélia não tinha a menor vaidade, Amélia é que era mulher de verdade”. E me tomo toda de agradecimentos. Agradeço a Deus, agradeço à minha mãe, às suas bênçãos (pois nada mais forte e sagrado do que benção de mãe), e sigo agradecendo a esses poetas maravilhosos que nos encantam com suas melodias e cantam nossas histórias.
E seu nome, também dá música? Escreva e me conte! Pode virar um conto também.
Ah, e claro que minha mãe não dorme em serviço mesmo: toda semana ela me oferece o melhor sustento que posso receber de uma mãe: “Vai querer pão hoje minha filha?” E eu respondo: “Sempre!”
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Sobre o Autor: Sara Haymussi Sales, Natural de Caçador (SC), formada em Piano e em Musicoterapia no Conservatório Brasileiro de Música (CBM) no Rio de Janeiro (RJ) e em Psicologia no Instituto Brasileiro de Medicina e Reabilitação (IBMR) também no Rio de Janeiro (RJ) – Professora de Piano OMB 33442; Psicóloga CRP-SC 18627 e Musicoterapeuta AMT-SC 033/2019, Associada da Apsic – Associação de Psicólogos de Caçador, Pianista, Ocupa a cadeira nº 14 da Academia Caçadorense de Música – Atendimento a domicílio cel/whatsapp (024) 98803-2071 – E-mail: sarahay.psi@gmail.com
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