Dia Internacional da Mulher, mães – Por Francisco Sacramento
Maternidade
Por Francisco Sacramento
Pensei em como parabenizá-las, a remoer a memória e a minha frágil criatividade optei em reproduzir um texto que elaborei lá pelos anos 2008. Um abraço de parabéns a todas.
Mais um ano se passou em relação a maio de 2008. Mais um Natal, mais uma virada de ano e novamente nos achamos de frente com o dia das mães. Uma pergunta sempre está presente nessas comemorações: é dia das mães ou do comércio? Afinal, me parece que todos os dias são dignos de lembrar da presença daquela que nos deu a luz, nos amamentou, trocou nossas fraldas, passou noites e dias acordada por conta de um resfriado, de um tombo, de um mal estar qualquer.
Feliz de quem a tem e ainda pode dar e ganhar um afeto e um beijo, ainda que as mãos sejam trêmulas, a pele já esteja crestada pelas intempéries da vida. Apesar dos anos, esse abraço poderá parecer eterno, e transporta um sutil aroma capaz de impregnar cada um e de perdurar por muito e muito tempo. Lembranças e recordações que deslizarão nas mentes dela e deles; sorrisos e lágrimas fluirão como num filme de longa-metragem. Ao final os repousarão nos olhos e de mãos dadas se estreitarão num gesto único, indescritível. Ela aninhando a imagem à sua frente e pensando “meu filho, minha filha” eles tentando eternizar um tempo que o tempo está levando em seu caminhar insensível. Esse é um dia de flores, de rosas, de pacotes, de gestos.
Olho em volta e vejo diariamente a maternidade à minha frente! Ora nos ninhos, ora nos lagos, ora numa matilha de cães. O senso de responsabilidade e o amor maternal transcendem o berço de cada um! Deveria ser sempre assim, mas não é! Infelizmente a mídia e além da mídia a convivência com outras pessoas tem evidenciado em muitas e muitas situações um verdadeiro divórcio, um distanciamento frio e agressivo entre as duas partes. Para esses não existe muito a comemorar, talvez reste mais a mágoa, a prevenção a desconfiança, o esperar dos dois lados por um gesto de ninguém.
Outros, como eu, ficam na lembrança. Na recordação do buquê de rosas dentro do papel celofane, arrumado cuidadosamente entre pequenas e alegres flores brancas e folhas cuidadosamente acondicionadas pela florista. A recordação dos mimos que nos aguardavam ao final das jornadas, de um sorriso, de um olhar profundo a penetrar e a tentar desvendar as nossas angústias. Momentos que trazem a sensação da sua eterna presença apesar da distância, selada pela fria laje de um túmulo entre outros. Fica o aperto no coração, o olhar na fotografia emoldura na sala, repousando sobre uma toalha branca bordada, ao lado de um botão de rosa.
Momentos como esses nos fazem recordar do significado e importância de cada dia das mães que não é único, mas no ano ocupa o espaço de trezentos e sessenta e cinco dias.
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Sobre o Autor:
Francisco Sacramento: Mestre em Administração pela UMSP, Administrador pela FGV/SP. Prof. Universitário, membro da Academia de Letras de Araçariguama a Região. Tem na orquidofilia e na fotografia duas áreas focadas na construção do conhecimento. É autor de textos científicos e artigos publicados em diferentes mídias.
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