Jornal Caboclo

da região do Contestado, SC

Colunas e Opinião

Música e sentimentos – Por Sara Haymussi

Musicoterapia como possibilidade de expressão

Por Sara Haymussi (Texto 2)

Aprendemos desde pequenos que não devemos liberar nossa raiva, sermos agressivos, gritarmos, pois tudo isso vai contra a boa educação. Mas se pensarmos bem, estamos sendo tolhidos da nossa possibilidade de expressão, dos nossos sentimentos, das nossas emoções. É claro que não se pode permitir que a criança agrida, morda, bata no outro, mas é necessário encontrarmos formas de canalizar esses sentimentos, essa expressão corporal e verbal.

Existem algumas formas para se fazer isso e uma delas é através da musica, onde encontramos um canal possível de liberar essa energia contida nas nossas memórias que estão reprimidas, nas imagens que guardamos uma vida toda, pois a música possui esse potencial de resgatar o que está guardado “dentro do nosso baú”, de transformar afetos e conteúdos difíceis de serem ditos numa linguagem verbal.

Cada um de nós é um ser único, especial, com suas características, suas habilidades específicas, sua natureza e obviamente gostamos de coisas diferentes. Isso também acontece com relação à música. Um musicoterapeuta busca identificar as preferências sonoras de seu paciente. Qual o tipo de música que ele mais gosta, qual o ritmo que mais o envolve, qual o efeito da melodia nas suas emoções. Nosso corpo vai responder de formas diferentes a cada ritmo, a cada melodia, a cada harmonia. Assim, há músicas que provocam alegria, outras tristeza, outras agitação, sono…

A música clássica, por exemplo, é bem provável que provoque relaxamento e nos remeta ao passado, ao contrário da música eletrônica, que pode causar irritação e estressar. As músicas com batidas primitivas provocam retorno às origens, se assemelhando ao batimento cardíaco. A força organizadora do ritmo provoca respostas motoras e é muito usada com pacientes de Parkinson.

Sara Haymussi

Você sabia que a última memória que perdemos é a musical?

Entre os primeiros sinais da doença Alzheimer está o esquecimento, a dificuldade de estabelecer diálogos, a diminuição da concentração e da atenção. Então você veja como a musicoterapia atua nesse sujeito adoecido: substitui o dialogo verbal pelo diálogo musical, pois ali ainda esta presente sua memoria musical, e oferece nesse momento uma forma de estimular a memória, a atenção e concentração. É preciso lembrar que a doença leva a um certo isolamento e se faz necessário intervenções que promovam melhor qualidade de vida.

A música aproxima as pessoas, e vamos sendo divididos e categorizados de acordo com o tipo de música que gostamos de ouvir, que nos dá prazer. Quando se canta junto num canto coral, se percebe uma emoção tomando conta do grupo? Isso porque se vive uma mesma melodia, uma mesma letra, um mesmo tom, e todos se movem seguindo o mesmo ritmo, como se fossem um só, numa mesma sintonia, num mesmo barco, e se tornam empáticos um com o outro.

Um profissional como o musicoterapeuta pode auxiliar a resgatar sentimentos adormecidos, lembranças esquecidas, utilizando a música , a melodia, o ritmo, oferecendo ao paciente uma nova forma de auto expressão e de prazer.

Então, coloque mais música na sua vida!

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Sobre o autor:

Sara Haymussi Sales: Natural de Caçador (SC), formada em Piano e em Musicoterapia no Conservatório Brasileiro de Musica (CBM) no Rio de Janeiro (RJ) e em Psicologia no Instituto Brasileiro de Medicina e Reabilitação (IBMR) também no Rio de Janeiro (RJ) – Professora de Piano; Psicóloga CRP-RJ 52511 e Musicoterapeuta AMT-RJ 516/1 – Atendimento a domicílio (049) 98437-9575 – E-mail: sarahay.psi@gmail.com

P.S.: Os conceitos emitidos por artigos ou por textos assinados e publicados neste jornal são de inteira responsabilidade de seus respectivos autores.

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