Jornal Caboclo

da região do Contestado, SC

Colunas e Opinião

O Sagrado Masculino ( Neo-Machismo), escreve Frank Oliveira

Boas maneiras e educação independente do XX ou do XY.

Por Frank Oliveira

Estou honrando minhas calças cada vez que deixo de agir um pouco menos machista, cada vez que troco as fraldas da minha filha, cada vez que olho para a filha dos outros sem os olhos famintos de macho a procura do próximo coito.

Sou muito mais macho quando não confundo carinho e amizade com sexualidade em minhas amigas; quando evito falar mal da minha esposa, sogra ou tia – na roda de machos cujo mal dizer é a piada do dia.

Garanto os meus direitos de macho quando lavo os pratos na casa da minha mãe, mesmo ouvindo dela ” deixa que eu lavo”. Sou um homem, não um rato, quando aceito o macho ogro que há dentro de mim que por vezes, peida, arrota e cospe por ” ter ” que ser assim, mas evita os ” caralhos, porra e foda-se” na presença de uma mulher ou de uma criança.

Boas maneiras e educação independente do XX ou do XY.

Ser uma melhor pessoa humana é o caminho natural de quem se questiona e tenta se observar no errar de cada dia. É errando que a gente acerta, lei universal do aprendizado e que mostra que todo homem carrega em suas costas ( e também em suas bolas) o poder de ConheSer o seu Sagrado Masculino – seu Sagrado Macho – e perceber que apesar de sermos todos animais, o que diferencia a gente dos demais, é a nossa capacidade de respeitar cada ser vivo.

Hoje sou um homem mais bonito, mesmo com a pança do chope e os pelos saindo pelo ouvido, pois aprendi a cuidar mais do meu corpo e manter-me mais saudável, afinal meu corpo é meu abrigo e o que ponho na boca e o que sai dela é sim – minha responsabilidade.

E amigos homens, hoje me descobri um homem mais maduro, pois apesar de não ter toda fortuna do mundo e nem toda mulher que vejo dormindo comigo, entendi que ser homem, é acima de tudo, expressar seus sentimentos e saber pedir desculpas, E por isso, venho em público dizer a todas as mulheres que estou educando meu filho para ser um homem quando adulto mais seguro – e que compreenda que os direitos da mulher e a liberdade por elas conquistada, não vão tirar dos homens toda riqueza alcançada; pois igualdade é quando olhamos um pro outro sem o preconceito do gênero, da cor ou da opção religiosa e sexual e nos reconhecemos como irmãos – todo mundo igual – experimentando um mundo mais justo e menos, no pior dos sentidos, animal.

Termino esse texto, pedindo aos queridos companheiros com H maiúsculo: sejam menos seus pintos. Fechem o zíper de suas calças, mudem a percepção do seu olhar, parem de tratar suas mulheres como suas e aprendam a ser mais machos mais evoluídos, compreendendo que precisamos concertar a herança cultural que herdamos de nossos tataravôs que ensinavam ” homem não choram e não pedem desculpas”.

Mulheres, em nome de todos os homens, com lágrimas em meus olhos, eu peço desculpas…desculpas por tudo o que vocês passaram e vão passar até o dia em que esse mundo realmente mudar e textos como esses não precisem ser mais necessários para alertar, pois a obviedade já terá dito que o que nos torna humano não é XX ou o XY, mas como tratamos os outros sem ” ismos”.

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Sobre o Autor: Frank Oliveira, escritor, professor e diretor da escola Flow Experience, graduado em Letras pela Unifai – Centro Universitário Assunção-SP, graduado em ensino de língua inglesa para estrangeiros pela Universidade de Cambridge-inglaterra, dirigente do Grupo ConheSer – centro de desenvolvimento de comunicação e desenvolvimento do Ser em SP.

 P.S. : Os conceitos emitidos por artigos ou por textos assinados e publicados neste jornal são de inteira responsabilidade de seus respectivos autores.

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