Jornal Caboclo

da região do Contestado, SC

Geral

O PIANO, uma descrição da Academia Caçadorense de Música

Uma invenção que há mais de 300 anos enriquece a música

Colaboração da Acadêmica Sara Haymussi

O Piano é um instrumento musical de cordas, nele o som é produzido por suas vibrações. Quando se ativa o teclado, ele movimenta peças de madeira (martelos), revestidas normalmente com feltro, que tocam nas cordas esticadas e presas numa estrutura rígida de madeira ou metal e é desta forma que o som do piano é produzido.

Cravo ou Craviola

Seu inventor foi Bartolomeo Cristofori, especialista em música, fabricante de cravo, um instrumento de teclado mais difundido da época. Outro instrumento usado antes do piano era o Clavicórdio.

O Cravo era um instrumento que não permitia diferenças de intensidade de som, impedindo uma dinâmica. Havia pouco controle expressivo de cada nota e era quase impossível adicionar emoção à música. O Clavicórdio possuía um som baixo demais para ser utilizado em performances.

Assim sona o piano

Bartolomeo buscava uma forma de conseguir imprimir intensidade ao toque, variando o som entre suave e forte. Em 1709, criou o Pianoforte: Piano (doce, leve) e Forte (alto, sonoro), nome que acabou sendo abreviado para Piano.

Cristofori construiu apenas cerca de vinte pianos antes de falecer em 1731. Três de seus pianos sobrevivem até hoje e todos datam dos anos de 1720. Um está no Metropolitan Museum of Art em Nova York, outro no Museo Strumenti Musicali em Roma e, o terceiro no Musikinstrumenten-Museum na Universidade de Leipzig.

Partes do Piano de Cauda em inglês

O piano que está no Metropolitan, tem apenas 54 teclas, enquanto o piano moderno normalmente tem 88 teclas

Apesar de o piano ter sido inventado por um italiano, foram os alemães que, com afinco, levaram a ideia adiante. Também os ingleses passaram a construir pianos, de mecanismo mais pesado e som mais cheio e rico. As melhorias dos pianos ingleses foram devidas ao famoso fabricante John Brodwood, que em 1783 patenteia os dois pedais do piano, o pedal surdina e o pedal direito. Em 1790 fabrica o primeiro piano com 5 ½ oitavas e em 1794 cria o de 6 oitavas.

John Bradwood & Sons é um dos mais antigos e um dos mais prestigiados fabricantes de piano na história. Seus pianos foram tocados por Mozart, Haydn, Chopin, Beethoven e Liszt.

Piano de Cauda

As mudanças sociais ocorridas no fim do século XVIII, com o aparecimento da classe média (surgida da expansão do capitalismo), determinou um novo conceito no tamanho das residências, agora menores, em comparação com as casas da nobreza. Ate aqui só havia o piano de cauda, e essa situação favoreceu a criação do piano vertical, por volta de 1800, cuja principal vantagem era ocupar menos espaço e ser um instrumento mais barato que os pianos horizontais fabricados até então. Logo se tornou popular e foi um móvel comum na maioria das salas de visitas das casas do século XIX. 

Segundo Mário de Andrade, grande estudioso da música no Brasil, os primeiros pianos foram trazidos para o Brasil na ocasião e durante a permanência da corte portuguesa no Rio de Janeiro, no primeiro quarto do século IXX. A abertura dos portos e os tratados firmados com a Inglaterra, foram os principais fatores que determinaram a entrada maciça de pianos no Brasil.

Piano Vertical

Dominando o nosso mercado por força dos acordos diplomáticos firmados durante a guerra, os ingleses abarrotaram os portos nacionais com os seus produtos, inclusive pianos. A chegada de D. Maria I e D. João VI ao Brasil provocou, também, a introdução da estética musical erudita, em um local acostumado com a sonoridade produzida pelas classes populares.

A Família Real trouxe para cá, também uma série de músicos que residiam em Lisboa. Mas quem inicialmente se ocupou do cargo de organista da Capela Real foi um padre brasileiro, mulato, chamado José Maurício Nunes Garcia, conhecido por seu gosto musical, bem como por suas composições e pelos ensinamentos dados a jovens estudantes.

Partes principais do Piano de Cauda

Texto elaborado pela ACM – Academia Caçadorense de Música, com a colaboração de Sara Haymussi Sales, acadêmica da cadeira n.º 14 da patronesse Vairene Maria Vicentin Anjos (in memoriam).

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